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Gestão de Riscos: 5 passos para um hospital mais seguro

25/10/2023
Gestão de Riscos: 5 passos para um hospital mais seguro

A obtenção do selo de excelência Nível 3 da Organização Nacional de Acreditação (ONA) demanda um meticuloso gerenciamento de riscos na gestão hospitalar. Administrador com especialização em Qualidade nos Serviços de Saúde, o Diretor de Negócios e Projetos da Unidade Interact Ribeirão Preto, Rogério Pontes Andrade, acompanha desde 2003 a incorporação dos conceitos aplicados pelos hospitais.

Na sua opinião, a falta de literatura consistente favorece para que o tema cause medo nos gestores. “Eu mesmo demorei a me debruçar neste assunto, o que comecei a fazer de fato em 2008 quando, com o brilhante consultor Eduardo Rodrigues, criamos o primeiro Procedimento de Gestão de Gerenciamento de Riscos, tendo como base principal a norma AS/NZS 4360:2004 (emitida pelo instituto equivalente ao Inmetro da Austrália e da Nova Zelândia), que inspirou a ISO 31000 alguns anos depois”, explica.

Após 10 anos de aprofundamento e mais de 8 revisões do Procedimento, Rogério Pontes Andrade reúne nesse artigo 5 passos para um hospital mais seguro:

 

1) Identifique e classifique os riscos

Há dois tipos de riscos a serem observados: os riscos inerentes e os riscos adquiridos. Os primeiros provêm do próprio processo ou por características do paciente submetido ao procedimento. Já os segundos não decorrem da natureza do processo ou da pessoa atendida. Identifique-os com base em evidências e opiniões de especialistas.

Os riscos adquiridos são o foco do nosso gerenciamento. Classifique e gradue os impactos de cada risco adquirido identificado, de modo que seja sempre priorizada a visão assistencial, ou seja, o impacto que o risco tem na saúde do paciente. A graduação do impacto é feita pela estimativa da gravidade e grau de dano possível (ou mais frequente) em caso de concretização do risco em evento. O grau de impacto do risco é o primeiro elemento a definir a posição do risco na Matriz de Riscos de cada processo.

 

2) Avalie os fatores de risco

Há uma confusão comum entre risco fator de risco, o que pode fazer com que o gerenciamento se torne inoperante. Risco é aquilo que se deseja de fato evitar que aconteça. Algo que sempre que ocorrer trará dano, obrigatoriamente, por menor que seja. Fatores de risco são os eventos ou situações que aumentam a probabilidade de que os riscos se concretizem, mas nem sempre que eles ocorrerem haverá dano. Por exemplo, a identificação incorreta do paciente (fator de risco) aumenta a chance de ser realizado um procedimento em paciente errado (risco).

 

3) Implante práticas de controle

Uma vez identificados os fatores que aumentam a probabilidade de que os riscos se concretizem, devem ser elencadas todas as práticas que a ser adotadas pelo processo para bloquear tais fatores de risco. Três exemplos de práticas eficazes:
 tarefas cotidianas, como checagens e outras rotinas;
– disponibilização, atualização e aplicação de procedimentos (Procedimento Operacional Padrão, Instrução de Trabalho, Manuais, etc.);
 gerenciamento de indicadores de desempenho relacionados ao risco.

 

Essas práticas de controle devem elevar o nível de segurança e qualidade do processo, pois ao mantê-las no seu dia-a-dia, se evitará a ocorrência dos fatores de risco e, consequentemente, do risco em si.

 

4) Gerencie incidentes, indicadores e auditorias

A ocorrência de um risco em evento pode envolver óbito, lesão física ou psicológica. Quando ocorre, isso é um sinal de que a qualidade dos serviços pode necessitar de melhorias. Logo, estruturas e processos assistenciais do hospital devem estar causando dano aos pacientes.

 

Gerenciar indicadores é aplicar um processo de gestão que tem seu foco na capacitação. Ele vale tanto para gestores como para a equipe, com objetivo de utilizar metodologias apropriadas e uma abordagem crítica.

Não se trata somente de um mero gerenciamento de telas de computador, com gráficos e números. Nas palavras do renomado estatístico William Deming, extraídas do livro O Método Deming de Administração:

 

“Não se gerencia o que não se mede; não se mede o que não se define; não se define o que não se entende; não há sucesso no que não se gerencia.”

 

As auditorias internas e os indicadores de desempenho são os olhos da Gestão da Qualidade. No contexto do Gerenciamento de Riscos, uma equipe devidamente capacitada deve periodicamente avaliar a adesão às práticas de controle definidas para o processo. Com isso, gera-se o cálculo da probabilidade de ocorrência do risco e chega-se ao nível do risco através dessa equação:

 

Nível do Risco =
Impacto de sua ocorrência + Probabilidade de sua ocorrência

 

5) Incorpore o aprendizado à prática diária

Com os níveis de cada risco mapeados, deve ser estabelecido um constante processo de análise crítica. Sobre esse tema, veja 5 dicas para uma eficiente avaliação de resultados.

Essa dinâmica inclui algumas ações, como:
– revisão de controles;
– necessidade de melhorias;
– aplicação de procedimentos;
– monitoramento de indicadores;
– implementação de auditorias/checagens periódicas;
– tratamento do risco no nível estratégico (atividade da direção hospital).

 

Conclusão

A maior iniciativa de humanização que um hospital pode adotar é a redução de riscos de seus pacientes. Na visão de Rogério Pontes Andrade, a implantação desses 5 passos para um hospital mais seguro tem se mostrado uma importante ferramenta para a incorporação da cultura de segurança nos hospitais.

A Interact oferece tecnologias de ponta que automatizam grande parte das atividades mencionadas nesse artigo. No setor da saúde, oito dos maiores hospitais brasileiros usam os softwares da Interact, conforme a lista elaborada pela Associação Nacional de Hospitais Privados.

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